CRÔNICAS DO COTIDIANO DO TANGO
ENCANTADA
Nossas posições mudam a cada momento. Poucas são as pessoas que têm a coragem de repentinamente assumir suas mudanças de posição.
Ela era muito bonita. Não exatamente a beleza de uma modelo, mas cativava por sua presença marcante e expressão meio juvenil. Pontos fortes: seu olhar de indagação e um sorriso contagiante. Dançarina profissional, evitava os salões de baile. . . era sempre muito solicitada a dançar.
Assim ocorrera nesta festa. Por conta de um convite irrecusável para comemorar o aniversário de uma amiga, mantivera-se o tempo inteiro sentada, tentando afastar-se das “paparicações”. Mas não escapou dos olhos aguçados daquele solitário “meia idade”. Sentado em uma mesa meio afastada, como que alheio aos demais convidados, tomou coragem e foi tirá-la para dançar.
- Dançaria uma música comigo?
- Sinto muito, só estou aqui por causa de um aniversário. . . não vim para dançar!
- Bom, mas já que está aqui, poderia aproveitar e dançar um pouquinho!
- Desculpe, mas eu não estou a fim.
- Claro, respeito! Também não estou a fim de dançar. . . é que gostei de você!
- Olha, não é pessoal, mas hoje não estou a fim de nada, desculpe.
- Mas. . . pelo menos. . . me daria a oportunidade de conversar um pouco, mesmo que seja por alguns minutos? Eu realmente gostei de você!
- Por favor, você já está sendo inconveniente!!!
Levantou-se então, repentinamente, pediu licença, despediu-se da amiga e retirou-se, desaparecendo com um “chale” arrastado pelo chão. Atônito, ele voltou para sua mesa, meio desconsolado, meio envergonhado, mantendo seus olhos fixos e distantes. Como fundo, tocava um Tango passional. . . ficou ali sentado, perdido em pensamentos.
Como que surgindo do nada, reaparece ela, diante dele!
- Você ainda deseja dançar comigo?
Henrique Dinis
ENCANTADA
Nossas posições mudam a cada momento. Poucas são as pessoas que têm a coragem de repentinamente assumir suas mudanças de posição.
Ela era muito bonita. Não exatamente a beleza de uma modelo, mas cativava por sua presença marcante e expressão meio juvenil. Pontos fortes: seu olhar de indagação e um sorriso contagiante. Dançarina profissional, evitava os salões de baile. . . era sempre muito solicitada a dançar.
Assim ocorrera nesta festa. Por conta de um convite irrecusável para comemorar o aniversário de uma amiga, mantivera-se o tempo inteiro sentada, tentando afastar-se das “paparicações”. Mas não escapou dos olhos aguçados daquele solitário “meia idade”. Sentado em uma mesa meio afastada, como que alheio aos demais convidados, tomou coragem e foi tirá-la para dançar.
- Dançaria uma música comigo?
- Sinto muito, só estou aqui por causa de um aniversário. . . não vim para dançar!
- Bom, mas já que está aqui, poderia aproveitar e dançar um pouquinho!
- Desculpe, mas eu não estou a fim.
- Claro, respeito! Também não estou a fim de dançar. . . é que gostei de você!
- Olha, não é pessoal, mas hoje não estou a fim de nada, desculpe.
- Mas. . . pelo menos. . . me daria a oportunidade de conversar um pouco, mesmo que seja por alguns minutos? Eu realmente gostei de você!
- Por favor, você já está sendo inconveniente!!!
Levantou-se então, repentinamente, pediu licença, despediu-se da amiga e retirou-se, desaparecendo com um “chale” arrastado pelo chão. Atônito, ele voltou para sua mesa, meio desconsolado, meio envergonhado, mantendo seus olhos fixos e distantes. Como fundo, tocava um Tango passional. . . ficou ali sentado, perdido em pensamentos.
Como que surgindo do nada, reaparece ela, diante dele!
- Você ainda deseja dançar comigo?
Henrique Dinis